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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Remorso é coisa de veado

Para Bolsonaro, pouco importa se morrerem 250 mil ou meio milhão. Essa tragédia não o comove e também não vai  mudar o comportamento dele. O presidente acha que está certo. Aliás, tem certeza. Com a sensibilidade de um poste, é incapaz de sentir um pingo de remorso. Um ano se passou, a pandemia piorou no Brasil, e a maior autoridade da República continua exatamente a mesma. Não adianta dizer que as UTIs estão lotadas em 17 capitais. Bolsonaro não se comoveu com a falta de oxigênio. Vai se preocupar com falta de UTI? Doze meses depois, ele ainda promove aglomerações, não coloca na cara e ainda desincentiva o uso de máscaras, não dá nenhuma importância à vacina, joga contra o isolamento social e não quer pagar o auxílio emergencial. Nada mudou. Comete crimes contra a saúde pública. E segue solto pelas ruas. Se quiserem salvar vidas, não contem com ele. Não insistam. Salvar vidas nunca foi a praia dele. O desprezo ao tema é evidente desde os tempos de reles deputado. ...

Acabou a corrupção

Presidente, qual a avaliação que o senhor faz sobre a decisão do STJ que anulou a quebra de sigilo fiscal e bancário do seu filho Flávio no processo das rachadinhas? “Acabou a entrevista”, disse o irritado presidente, antes da pergunta ser concluída, fugindo apressadamente do local da coletiva.  Agora, vamos entender por que a pergunta ficou sem resposta. O esquema de corrupção comandado por Flávio e Queiroz, que tem um chefe oculto que todos nós sabemos quem é, Mané, é uma das coisas mais óbvias do mundo político. Da Câmara Municipal ao Senado. Da direita, do centro e da esquerda.  Funciona assim: o parlamentar embolsa parte do salário dos servidores do seu gabinete. Dinheiro público desviado para o uso pessoal do parlamentar. Assim, financia sua campanha eleitoral, compra cabos eleitorais, votos, imóveis, automóveis, lojas de chocolate, viagens de turismo, enfim, engorda seu patrimônio pessoal e muitos ficam milionários. Como cadeia não foi feita para ricos e poderosos, o pa...

Qual é o modelo de sociedade que queremos?

Foto: reprodução/Folhapress “Por várias e várias vezes já te imaginei levando uma surra. Quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte aí. Quantas vezes eu imaginei você, na rua, levando uma surra. O que você vai falar? Que eu tô fomentando a violência? Não, só imaginei", diz o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira em vídeo publicado em redes sociais, que motivou a prisão, dirigindo-se ao ministro do STF, Edson Fachin. Educativo, civilizado, exemplar, né? Só que não. Mas não é nada demais para alguns, por incrível que pareça. É sério que alguém acha isso normal? É sério que alguém passa pano pra isso? Sim. Seríssimo.  Espero, sinceramente, que não defendam esse sujeito na frente dos filhos, principalmente se ainda forem crianças. Em síntese  Não prenderam um deputado. Prenderam um bombado desqualificado, de cérebro atrofiado, agressivo, incitador da violência, movido a ódio, preconceito, ameaça e desrespeito. Um anabolizante antidemocrático. Um repr...

A imparcialidade do óbvio

Se Moro, Dallagnol e seus coleguinhas da Lava Jato tivessem agido rigorosamente dentro dos limites da lei, fora do jogo político, não haveria nada de interesse público para vazar e a operação não estaria hoje sob suspeita. Ela seria inabalável. Não haveria nada para a defesa de Lula acessar, nada para o STF liberar. Absolutamente nada para o questionável Gilmar Mendes questionar, com razão. As mensagens vazadas, a priori, não inocentam Lula, mas incriminam seus justiceiros. Corruptos que a força-tarefa descobriu e prendeu, acusados, réus e condenados, doutores em Direito, juízes, desembargadores, procuradores, promotores, advogados, jornalistas e milhões de cidadãos brasileiros, inclusive antipetistas, não teriam nenhum motivo para questionar a lisura da Lava Jato se ela fosse, na prática, exemplar. Mas as mensagens secretas reveladas por Intercept Brasil e outros veículos de comunicação não deixam mais nenhuma dúvida sobre os métodos ilegais usados pelo então juiz e p...